top of page

Entrevista com Pricila Elspeth

  • Foto do escritor: Lazara Oliveira
    Lazara Oliveira
  • 13 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

Pricila é dessas pessoas que causam impacto positivo por onde passam. Sua forte marca já começa pelo nome e, uma vez que a conheça, você jamais se esquecerá dela. De todos os traços esplêndidos de sua composição, me chama atenção o olhar sensível sobre o mundo. Ela é tímida, mas abre o coração no blog "Pricila Elspeth" onde sempre faz postagens que todas as pessoas deveriam ler. Ela é espetacular.


ree


1. Apresente-se como preferir.


Eu sou Pricila Elspeth, uma pessoa não-binária, afroindígena, tenho 35 anos, paulistana e geminiana.


Historiadora, escritora e educadora infantil, aficionada das ciências e da ficção científica também.


2. Você faz mil coisas ao mesmo tempo. Seu dia tem 48 horas?


Sim, meu dia tem 48/50 horas, mas não faço tanta coisa assim não. Rsrsrs. Na verdade, tenho me focado em uma coisa por vez e faço aquilo quase o dia todo, por exemplo: dia de ler, dia de escrever, dia de limpar... rsrsrs


3. Apenas diga algo que você quer dizer nesse momento.


A humanidade precisa urgente entender que todes somos parte do mesmo corpo. Fragmentar tarefas, direitos, regalias e suprimentos, favorecendo uns e excluindo outros, é simplesmente ridículo. Não vamos evoluir como espécie enquanto exaltarmos essa individualidade e o sucesso tal como é apresentado.


4. Há algo que você queira muito fazer, mas ainda não conseguiu?


Sim. Comprar minha moto 250cc e sair de rolê pelo Brasil.


5. Faça um desabafo.


Outro? Kkkk


Acho incognocível o fato de pessoas serem tratadas como matéria inorgânica, e robôs como Sophia receberem cidadania, amor e atenção.


Acho não só desrespeitoso, mas também violento, o fato de pessoas serem aceitas ou não pela sociedade por conta de sua configuração biológica.


6. Fale sobre seus objetivos como escritora, mas sem a polidez usual das entrevistas.


Eu comecei escrever porque não me sentia representada em quase nada do que lia.

Então, quando passei a escrever, passei a representar diferentes realidades e existências, justamente para que mais pessoas se sintam representadas na literatura.


Os meus objetivos como escritora são basicamente, educar, promover representatividade, e alimentar sonhos de um futuro melhor, um futuro possível (aquele incentivo à revolução, sabe?).


7. Indique livros, filmes e programas que você considera incríveis.


Caracas! Calma lá, essa é difícil.


As séries Star Trek, Battle Star Galática, os livros da Úrsula Guin, O Pequeno Príncipe, O Chamado da Floresta, Sonhos Elétricos... esses são os internacionais.


Re existir - Sinvaldo Moura, Caçada às Estrelas da noite - Yasmin kader, *Lira Merak - Lazara Oliveira, Carne Fresca - José Inácio, Temos nosso próprio tempo - Rubens Angelo, Execrado Augusto - Gabriel Fernando, Universo desconstruído (Lady Sybylla e outres autories)... E as séries 3% e Onisciente. É isso, fechando com BR.


[*Obrigada por indicar Lira Merak]


8. Uma memória especial que te faz sorrir sempre - e que você queira compartilhar.


A primeira vez que minha mãe demonstrou um sinal de aceitação da minha condição, ela costurou duas maria-chiquinhas para mim.


9. Qual a melhor parte do seu trabalho?


Na educação é o retorno. Ouvir as crianças falando coisas que você ensinou tempos atrás, ou vendo elas corrigirem adultos que jogam lixo no lugar errado, por exemplo.


Na escrita é a possibilidade infinita de criação de mundos e vidas, e também o retorno dos leitores.


10. (Havia uma pergunta aqui, mas ela foi apagada por mim para que o leitor aprecie apenas a resposta e interprete livremente.)


Sim, é verdade. Ah, assim, é legal e não é, simultaneamente. Eu tenho um global pass com o qual posso passar por qualquer fronteira sem ser questionada, mas nunca posso ficar sozinha do outro lado.


Dentre todes, a Merkel foi a mais compreensiva, sabe? E assim, desde a última vez que falei com eles, disseram que estavam vindo, mas até agora nada. Não tenho muito o que fazer.


A ESCRITORA APRESENTA UMA DE SUAS OBRAS PREDILETAS:



ree


"A vida e a morte podem coexistir, desde que compreendamos seus corretos significados."

Ubirajara - Uma Jornada Tupiniquim


Uma jornada Tupiniquim para mim é do coração, por muitos motivos. Bem antes da série*, é importante lembrar kkkk, eu tive essa ideia de escrever uma fantasia nacional, ambientada em nossas culturas e folclores, unindo os dois, mas não como se fossem uma coisa só.


As personagens que protagonizam a história são seres muito distintos um do outro, cada um tem sua personalidade, sua formação, sua herança ancestral e genética, tudo isso é fundamental para o andamento da trama. Como era um livro feito para um concurso, ficou pequeno e não pude aprofundar tudo o que quis, por isso pretendo lançar mais duas sequências e deixar tudo redondinho.


Esse é aquele livro que eu olho e digo: Caracas, consegui! Rsrs


Tem muita pesquisa cultural, científica, social e linguística ali, sabe? Deu um trabalho enorme e foi bem, aceita rapidamente pelo público, então é a que eu mais tenho apego.


[*Cidade Invisível]

 
 
 

4 comentários


pricilaelspeth
pricilaelspeth
13 de mar. de 2021

Ooownt é muito orgulho dessa minha amiga!

Curtir
Lazara Oliveira
Lazara Oliveira
22 de mar. de 2021
Respondendo a


Curtir

Diana Dandara
Diana Dandara
13 de mar. de 2021

Fantástica ♡

Curtir
Lazara Oliveira
Lazara Oliveira
22 de mar. de 2021
Respondendo a

Pensa numa mulher chic e inteligente. Pricila é o próprio cintilar das estrelas.


Curtir

Formulário de inscrição

Obrigado pelo envio!

Jataí, GO, Brasil

  • Instagram

©2021 por Escritos da Laz. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page