Entrevista com Diana Dandara
- Lazara Oliveira
- 9 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Diana Dandara é uma artista baiana nascida no ano de 1997. Felizmente me deu a honra de ser a primeira entrevistada e muito agradeço por essa gentileza. Desejo sucesso em seus caminhos.

1. Apresente-se como quiser.
Sou Diana Dandara, travesti, 23 anos, resido em Juazeiro, na Bahia, onde curso Licenciatura em Artes Visuais.
2. Quais são seus reais objetivos e sonhos?
Conseguir me resolver comigo mesma - meus problemas pessoais -, encontrar meu lugar e propósito no mundo, alcançar independência financeira, emocional... Conquistar o que está destinado a mim nessa encarnação.
3. De quais tipos de arte você mais gosta e quais te atraem menos? Por quê?
Me encanta o expressionismo, o impressionismo, produções voltadas para o pictórico; acho que elas causam diversas sensações, sempre há algo para notar, e é muito interessante como "manchas" se transformam em coisas mais concretas. Também tenho muito apreço por cerâmica e multimeios.
Até então me agrada um pouco menos o contrário do que mencionei, o classicismo, linear. É o que é considerado arte, a busca por reproduzir a natureza o mais fielmente possível. As pessoas costumam desconsiderar outros tipos de arte por conta de tal construção clássica, o que acaba sendo negativo para quem produz em linhagem contrária.
E ok, é incrível alcançar tais técnicas, mas é mais interessante ver coisas diferentes do que apenas olhar para algo que é uma "cópia fiel" da natureza.
4. Se você pudesse fazer quatro pedidos que fossem prontamente atendidos, quais seriam?
Ficar bem, viver em uma sociedade decente, redirecionar alguns aspectos pessoais, acabar com a pandemia atual.
5. Faça um desabafo.
A vida tem sido um caos, e parece que só piora a cada dia. Minha fé na humanidade só diminui, minha vontade de viver também, é difícil ver a situação na qual estamos, onde e o quê o ser humano é capaz de fazer, ou não fazer, como não existe respeito, empatia, preocupação...
Me pergunto onde iremos parar. Se um dia seremos seres evoluídos, ou se continuaremos cavando nossas próprias covas e as covas alheias.
6. Sabemos que o campo das artes é difícil por diversos motivos. Conte mais sobre isso.
Em um sistema capitalista, o que interessa é o lucro, portanto, ciências humanas são vistas como dispensáveis, porque estão mais preocupadas com os indivíduos, o social, e não diretamente o lucro. Sendo assim, Arte não é vista como importante, apesar de também estar no mercado, não produz máquinas, não gera o retorno que a indústria deseja, então é desvalorizada, colocada como coisa de gente preguiçosa, uma profissão inútil. Uma tela só serve para enfeitar um ambiente. Não que seja ruim, mas ela vai muito além de um objeto decorativo.
7. Além das artes, quais são suas maiores paixões?
Pensar na possibilidade de conhecer novos países, culturas, me encanta, bem como a natureza, assuntos místicos, viajar nas páginas dos livros. Creio que existam muito mais paixões não descobertas.
8. Se não fosse artista, qual caminho você possivelmente teria escolhido?
Eu diria que biologia.
9. Falando sobre vida pessoal em contexto de pandemia, quais tem sido seus passatempos?
Música tem me salvado muito, em situações diversas, mas também caminhadas, livros, doramas, filmes, séries.
10. (Havia uma pergunta aqui, mas ela foi apagada por mim para que o leitor aprecie apenas a resposta e interprete livremente.)
Dos frutos de Ceuci
• 500g dos frutos ralados (crus)
• 1 garrafinha leite de coco (200 ml)
• 1 e 1/2 xícaras de açúcar (270g)
• 2 ovos
• 2 colheres (sopa) manteiga (40g)
Preparo
• Numa tigela grande, junte o açúcar, os ovos e a manteiga.
• Misture tudo muito bem com a ajuda de um batedor de arame (fouet).
• Em seguida, junte o leite de coco e o ingrediente principal.
• Misture tudo muito bem, batendo com o batedor de arame até que a mistura fique bem homogênea.
• Despeje numa forma untada com manteiga.
• Leve para assar em forno preaquecido, 180ºC, por cerca de 40 a 50 minutos.
A ARTISTA APRESENTA UMA DE SUAS OBRAS PREDILETAS:

Autora: Diana Dandara
Título: S/N
Data: 2019
Dimensões: 10x27cm
Técnica: Cerâmica
Essa peça foi feita pensando em processos pessoais, ligando-os ao significado místico que a cobra possui e suas ações naturais de troca de pele.
Transformação, sabedoria, renovação. São palavras que definem o processo de muitas pessoas transvestigêneres. Uma jornada de (re)descobertas, autoaceitação, transformações em diversos âmbitos. Caminhos que entrei e que continuo percorrendo, buscando me conhecer, readequar a quem sempre fui. É sobre processos de evolução.
Amei 💞💞💞
Muito honrada e emocionada com o convite. Desejo o melhor das colheitas 💜
♥️♥️♥️♥️♥️